quinta-feira, 5 de agosto de 2010

LENTIDÃO DA TARDE...

Os dias, as horas, o sol fraco de inverno, tudo passa
e eu ansiosa por um sorriso seu
no meio deste turbilhão de palavras, que não são minhas
nem tuas, são do bosque exterior
de rosa branca, de um fulgor transparente
onde te encontrei.

Cumprimento quem não conheço,
refletindo na chuva a tua boca que quero beijar, mas
a respiração são águas onde me deito e sonho contigo.

Quem sou?

uma nuvem, um bálsamo,
no meio duma mudez absoluta e ardente,
a seiva, as lágrimas perdidas no vento, um regato,
uma sombra redonda que se perde no vento brando
na perfeição do sol que arde em soluços
atravessando a lentidão desta tarde tão fragil.

Nesta dança
de um corpo que procura um poema que sobrevive assim.
Deixarei tocar a valsa da vida
e sentir os teus passos dentro de mim.
Esta futilidade em que vejo o mundo e seus componentes
perturbam-me o gosto pelas palavras.

É uma luta pelo presente, sem ser o meu presente
quanto mais escrevo "emoção"
menos o mundo me entende.
Navego na solidão procurando as palavras para encontrar
a emoção, a liberdade, o AMOR e a paz...

Nenhum comentário:

Postar um comentário