quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Estrelas...


O problema, se é que havia algum, é que eu já olhara as estrelas antes mesmo que todos os outros fossem capaz de percebê-las. Eu compreendia seus ciclos e suas danças, e o leve piscar com que nos brindavam.

Sempre carreguei esse estranho hábito de olhar para as estrelas antes dos outros. E, certa noite, elas olharam para mim. Vejam bem, logo para mim, que passava assim tão despercebida.

Então me dei conta de que deveria haver um propósito, não isso de propósito maior, nada disso. Me dei conta de que havia um propósito dentro de mim. Havia alguém que eu queria ser, independente de todas as previsões sussurradas às minhas costas.

Não lhes dei mais atenção a partir daquele instante. Observava a dança das estrelas, somente. E já era um tempo em que já era impróprio se olhar assim para estrelas. Mas não me importei. Tornei-me abusivamente teimosa. Fiz meu caminho... Apenas por observar estrelas antes de todos os outros.

Não... Não faz sentido algum. Não precisa fazer.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011



Eu quero meu eu no teu. Simplesmente. Não quero as correias da convivência nem o ambiente inóspito da rotina. Quero ser para você como você é para mim. Apenas ser. Sem nenhuma outra necessidade além do amor mútuo. Sem nenhum desejo além da companhia e da reciprocidade de sentimentos.

Quero ser o sol do teu dia sem ofuscar teus olhos. E ser o ar que respiras sem que te deixe sufocar. Quero nossos pensamentos convergindo para um mesmo ponto sem a dolorosa necessidade da presença. Porque não quero necessitar te ter ao meu lado para ver em um pequeno detalhe cotidiano a luz dos teus olhos ou o som cristalino da tua risada.

Não te quero escravo do meu amor, quero que sejas apenas meu cúmplice. Saber que encontrarei a tua mão ao tatear na escuridão, sem que precise trazer-te para dentro dela.

Não quero ser absolutamente nada na tua vida e exatamente por isso tornar-me tudo. E que ser tudo seja sinônimo de felicidade. E que felicidade seja sinônimo de paz.

Estranho é gostar tanto do seu all star azul...

Realmente estranho... Estranho, como ser incapaz de parar de conversar com alguém, por mais que as horas tenham passado e já gritem que é tarde e que a lua vai alta no céu. Estranho é acordar sorrindo com um beijo imaginado e com um abraço de sonho. E acreditar na certeza de que um dia tudo ficará do jeito que deveria estar.

Estranho é concordar em viver de um jeito diferente, mas não por ignorância, por pura opção, cientes dos milhares de km capazes de separar duas pessoas. Estranho é amar tanto e cada dia mais, e estranho é ter a sorte de encontrar alguém que a cada dia te conquista mais e mais...

Mas pouco importa a normalidade das coisas, não quando sempre se quis fugir um pouco dos padrões, contrariar as expectativas e aborrecer o bom senso. O que realmente importa são os seis meses que se passa ao lado de alguém que te completa, que te escuta, a quem se pode confidenciar tudo, um amigo, um irmão, um amor pra recordar...

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Afinal de contas...?

Afinal de contas
quem sou?
Nunca pude descobrir
e ninguém me diz

Afinal de contas
qual o meu propósito?
Ainda não encontrei,
mas continuarei a procura

Afinal de contas
qual o meu destino?
Ainda não o tenho traçado,
mas sou eu quem o controla

Afinal de contas
será que alguém me ama?
Não sei, ninguém se manifesta,
mas acredito que sim

Afinal de contas
amo ou não?
Talvez, porque quando estou ela
meu coração bate mais forte, ou
talvez seja só paixão

Afinal de contas
sou feliz?
Sim, embora não totalmente
mas consigo viver, isto é que importa

Afinal de contas
quando partirei?
Isso não é importante, o importante mesmo é
Viver, ser Feliz, ter Paz e sobretudo
Amar, Amar e Amar

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Aos porquês da vida...

Ao questionar sobre os porquês da vida,
onde contida, a nossa missão reprimida,
não ouço resposta, apenas silêncio vazio.
Então observo os pequenos fatos,
os que regem o cotidiano
impelindo-nos a diversos atos,
que improvisados, isentam planos
e se alastram pelas estradas
ora íngremes, ora sem danos.

Longa caminhada completa-se passo a passo,
letra por letra escreveu-se o livro sagrado,
de segundo a segundo transcorrem-se milênios,
pequenas fontes geram translúcidas cachoeiras,
grãozinhos de areia e momentos incertos
juntam-se, criando dunas e desertos,
pequenas gotas fazem cair a chuva,
tijolo por tijolo, a mais rica construção.

Com sete notas, a mais bela composição
de Bach, Ave Maria, suave sinfonia.
O todo é composto de pequenas frações
e os porquês nos conduzem às conclusões:
A multidão é formada por eus,
só lhe resta pulsar um coração,
pequenos gestos de compreensão,
solidariedade, respeito, indulgência e perdão,
fazendo a mudança que seu eu precisa,
ajudando a decidir a vida indecisa,
implantando a união,
reconstruindo a nação
e de amor profundo
consertar o mundo,
lembrando a todo segundo
que tudo nasceu de um sonho.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Eu, eu mesma...

Pudesse eu voltar no tempo
e além disso refazer coisas
que fiz errado...
reparar outros momentos

Por um instante que fosse...
uma fração de segundos

Voltar àquela página
que deixei escrita até a metade
além disso gostaria de vasculhar
num outro tempo
bem...bem mais distante
vasculhar os versos
aqueles momentos que não voltam mais.

Deixei coisas pelo caminho
poesias que não escrevi
palavras que deixei de dizer

Mas que mesmo assim...
estão me fazendo falta hoje

Muita coisas que fiz nem mesmo
foram de longe as poesias que escrevo
que publico ou divulgo agora

E inconscientemente apaguei
tirei inclusive do vocabulário
daquelas frases que escrevo hoje

Pudesse eu voltar atrás

Parar o tempo...
num túnel infinito dum passado

Por um instante, ao menos
mesmo que fosse uma fração de segundos ...

Iria corrigir as rimas...
as palavras que disse sem sentido

Desse estranho poema

Que me marcaram a alma

E me transformaram no que sou hoje...

Mas por sorte não é permitido
mudar o passado, apagando...
fragmentando trechos...pedaços...
o que se foi...se foi...não tem mais acerto
mas de hoje em diante
serei eu mesma...sem medo...
daquilo que sou...pois sou fruto
que entrou muitos amigos...
e que não caminha mais sozinha
cheia de medos...repleta de traumas
sou eu...eu mesma...
cresci, evolui...penso o que quero
digo o que sou sem medo
nem receio de ser eu e sobretudo... eu mesma!