sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Quinta-feira costuma ser um dia de expectativas, está chegando a sexta-feira, porém, ainda temos de passar por 48 horas antes de podermos desfrutar de um final de semana de descanso, família, para alguns e, para outros, de diversão, encontros...
Porém, meu dia ontem foi marcado por um fato que merece um agradecimento especial, talvés não hajam palavras como as encontradas logo às primeiras páginas folheadas ou, pela expressão vista em meus familiares ao verificarem verosemelhanças e tracejarem marcas de um passado comum e exporem sentados ao meu lado.
Em meio a meu endredon branco e lilás e, meus sapos de pelúcia espalhados pela cama, aquele embrulho na cor parda atingiu minha atenção! Com uma certeza mas, com expectativas, adquiri aquele semblante quase que infantil e corri para junto de meus avós para abrir o embrulho. Nestes momentos, conseguimos retirar toda a atenção da família, até mesmo de um capítulo da Novela (acredito que eu seja a única pessoa a não assistir televisão na casa, em sendo assim, custumo atrapalhar este remerão, em dias que não estou na faculdade).
Abri com cuidado o embrulho, tenho um hábito secular de guardar cartas e envelopes. Aproveitando o ensejo, um dos pontos negativos é dizer que que, infelizmente, a era digital retirou esta singularidade, pessoalidade da comunicação.
“Surpresa”, em menos de uma semana de contato, como o prometido, por esta pessoa que se mostrou um Mestre, em cultura, respeito e, como uma pessoa que, em suas palavras ensinou, a mim e, a todos que porventura tiverem o prazer de ler, e adquirir, suas obras. Recebi, como presente, suas duas obras literarias “Segredos de Passaporte” e “Segredos de Passaporte 2”.
Acredito que meus olhos tenham brilhado, na verdade, tenho certeza do fato, tal presente foi recebido, tendo em vista um contato pelo facebook onde, pelas primeiras vezes publiquei pequenas prosas e pensamentos de minha autoria e, obtive comentários de incentivos deste escritor maravilhoso, graças a ele, assim como a minha família e amigos especiais, retomei o antigo hábito de, parar e escrever...
Tanto quanto a mim, estes livros causaram frisson em meu avô, ao qual, prontamente, tomou emprestado um dos livros, sem sequer perceber cronologias e, partiu para uma leitura, ali mesmo, no meio da sala e, passados alguns momentos, refletiu, “As vidas se cruzam Gabi, no meu tempo, também passei por muito do que hoje o Américo conta nestes livros, gostaria lê-los”.
Bingo! Existe algo melhor? O prazer da leitura é contagiante e, a considerar que um livro consegue, em suas primeiras páginas, causar tamanha reação, estou ávida para continuar minha viagem literária. Em sendo assim, saiba que, quando terminar minha leitura, poderei me manifestar melhor sobre as obras, porém, desde já informo que estou muito curiosa sobre o capítulo “A Falsa Primavera”, comentado em uma das fotos.
Gostaria de encerrar este agradecimento com dois pontos, o primeiro é não ter palavras para agradecer toda a revolução cultural que o senhor, Mestre Américo Ribeiro Mendes Netto causou, muito obrigado por ter notado em mim cultura, por ter dado atenção aos meus pensamentos, pelo bom dia, pela educação a mim autorgada, obrigado pelas palavras que contribuiram para o meu crescimento e, por ter me feito agradecer! Obrigado!
Como segundo ponto, assim como colocaste em seu segundo livro uma frase se Amyr Klink, gostaria de transcrever uma frase que, para mim, significa muito, seja pelo autor, que me acompanha, desde a infância, quanto pelo que hoje seu significado me representa:
'“As pessoas podem ser dividas em três grupos: Os que fazem as coisas acontecerem; Os que olham as coisas acontecendo; E os que ficam se perguntando o que foi que aconteceu. Nosso caráter é aquilo que fazemos quando achamos que ninguém está olhando. Nunca deixe de ter dúvidas, quando elas param de existir é porque você parou em sua caminhada.”
(Antoine de Saint-Exupéry)

Não Deixem de Visitar: www.segredosdepassaporte.com


segunda-feira, 13 de agosto de 2012

 
 
SAUDADE, filha do tempo, irmã da vida e prima da solidão. Uma fotografia mostra-me um sorriso que me conta uma história, faz-me chorar, dá-me um aperto no coração, um vazio na alma... Dá-me saudade, talvez por saber que nunca mais vou viver aquele momento, não daquela maneira, não com tanta intensidade...
As fotografias servem para guardar os momentos que temos medo de esquecer. Porque há momentos que esquecemos, alguns por queremos, outros por traição de memória, não conseguimos tirar dos pensamentos. E quando encontramos fotografias que traduzam esses momentos que pensamos guardados, sentimos um cubo de gelo escorregar pelo coração, descobrimos, afinal, que não estavam esquecidos, mas apenas escondidos no fundo da nossa alma. O que, de fato, é quase a mesma coisa, por estarem escondidos, não os sentimos e, por não os sentirmos julgamo-los esquecidos. E será que há esquecimento? Ou serão apenas momentos escondidos, adormecidos por momentos mais ...
recentes? Se houvesse esquecimento não poderia haver saudade! Não se sente saudade de algo esquecido. Paramos e olhamos para essas fotografias, com mais atenção que nunca, sorrimos e num arrepio fazemos com que o cubo de gelo derreta.
Saudade, algo que o tempo não apaga, pelo contrário, cria expectativas. Saudade, sim, filha do tempo, irmã da vida. Algo muito presente neste mundo cruel, pela crueldade dos homens. Tem de ser assim, o mundo ensina-nos a viver e não é só com alegrias que se aprende, também se aprende com a tristeza, as derrotas tornam-nos mais fortes, a saudade faz-nos continuar a caminhar.
Desistir de continuar é admitir que a saudade nos venceu, nos deitou abaixo, apagou o futuro e fez-nos viver para sempre num doce passado. A saudade estabelece um limite intransponível com correntes de lembranças, lembranças suaves e alegres. Ter saudade é recordar as coisas boas, não as más, porque dessas ninguém se lembra, ninguém se quer lembrar.
A saudade não morre sozinha num coração, leva consigo um pedaço de alma de cada um. Vai-nos matando aos poucos. Sutil e dolorosamente arranca-nos uma lágrima por cada sorriso do passado, e, vale cada lágrima.
A saudade, essa amiga que levamos pela mão, trai-nos à primeira hipótese e remexe com tudo o que há em nós, tudo o que vivemos, tudo o que somos... Arranca-nos da realidade e faz-nos voar entre o sonho e a verdade.
Saudade, sim, filha do tempo, irmã da vida e prima da solidão. Quem morre em saudade, morre sozinho, morre na saudade de não sentir saudade, de estar só... Pois, quem teve saudade, teve momentos e momentos, não se vive só!

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Sentimos...

Cada beijo, cada olhar e cada gesto como se fosse só nosso. Como se pudesse durar para sempre. A cada passo despreocupado, a cada sorriso involuntário caímos na certeza construída de que desta vez acertámos, que desta é que é. As ilusões são tão próximas daquilo que acreditamos ser verdade que vamos, de sorriso nos lábios e olhar inocente, como se não conhecêssemos o perigo. Vivemos no céu e no inferno, no calor dos sorrisos e no gelo das lágrimas, numa montanha-russa de sentimentos à qual vão saltando parafusos nas suas contínuas viagens. Mas vamos, contra a maré, a sorrir, a tentar convencer todos os que nos rodeiam de que sabemos o que estamos a fazer de que temos a certeza. Às vezes estamos certos. Às vezes sabemos o que estamos a fazer... mas na maioria das vezes estamos apenas a arriscar às cegas na esperança de sair ilesos de uma luta injusta que não envolve armas. Mas muitas vezes a realidade cai-nos nos ombros como um piano lustroso com o peso de todas as dúvidas, todas as palavras escondidas, todos os silêncios desiludidos. E nós sorrimos. Continuamos. Fingimos que estava tudo previsto e que o comboio não saiu dos carris. Será que um dia vamos acordar e perceber que já nem sequer somos nós a conduzir o comboio? Saibamos ao menos, guiar as rédeas sabiamente...
Ótima quarta!