terça-feira, 29 de junho de 2010

O poema das fadas

Era capaz de te dar o mundo...

se ao menos isso tivesse eu.

Ia busca-lo la ao fundo,

Só pra teres o que é meu.

Rezei a noite pela tua vinda,

Mas a fada nao me ouviu.

Não vejo pessoa mais linda,

que o principe que me surgiu.

Quem é,perguntas tu,meu amor

E eu escondo nas paredes de um castelo...

Não posso dizer te por terror!

Que nao me deixem mais vê-lo.

E assim é a minha história

de conto de fadas impossivel

Ficará sempre na memoria...

Pois sinto em mim uma força incrivel,

a cada vez que te aproximas,

a cada vez que a mim mimas,

a cada vez que te beijo,

É mais forte o desejo

De te ter só pra mim,

até que a história tenha fim.

De onde vem esta magia?

Pergunto-te eu minha alegria,

que vives nos olhos de um rapaz.

Pudesse eu só livrar te de coisas más..

Por ti eu mudaria.

Não me trates de maneira fria,

És o que faltava no meu espaço vazio,

àquela que sem talento nem brio

vive á espera das horas em que apareces...

Pois meu coraçao nao arrefeces

e por muito que tente nao consigo...

olhar te apenas e só como um amigo.

Desculpa se isto te magoa,

a amizade é uma coisa tao boa..

Mas o que sinto é mais escuro que cor-de-rosa,

não tem lá muito de formosa

mas é o melhor que te posso dar:

a minha sinceridade...

e já que não te posso amar,

ao menos sabes que tens mais..que a minha amizade.

Parte de Mim...

Que a distância que se formou entre nós

Não seja morte premedidata

De todos os sonhos que vivemos

Dormindo ou acordados

Porque uma parte de mim é sonho

E a outra parte realidade

Que a tua voz vibrante e melodiosa

Seja mais forte que este silêncio

E que meus lábios possa dizer Te Amo

Mesmo em minha constante ausência

Porque uma parte de mim é meu grito

E a outra parte é silêncio

Que minha face mostrada em video

Nunca gere esquecimento

Que possa ser vista e lembrada

Muito mais que um momento

Porque uma parte de mim foi filmada

E a outra parte a ti está reservada

Que a tua vontade de me encontrar

Não se deixe vencer por minhas palavras de adeus

E por mais que elas tenham sido convincentes

Não deixe que prevaleça em tua mente

Porque uma parte de mim foi partida

Onde outra parte aguarda tua chegada

Que o medo da desilusão não o afaste

Que a esperança perpetue em tua face

Que possa lembrar de mim com um sorriso

Muito mais que eu possa dá-lo

Que possa sentir meu carinho

Mesmo sem que possa tocá-lo

Para que uma parte de mim seja presente

Que viveu em teu passado.

Mas que este passado vire abrigo

Onde habita a saudade

Para que um dia possamos ser

Muito mais que casualidade

E que em meu habitat de sonho

Você possa viver de verdade

E neste teu mundo diferente

Eu consiga viver derepente

Que o som da natureza te aplauda mais alto

Que todos os sons que já ouviste do palco

Porque se uma parte de você é canção

E a outra parte sou eu

Uma parte de mim é você

E a outra parte é você também.

Porque uma parte de mim é amor

E a outra parte também.
 
 
Poema inspirado na canção "Metade" de Oswaldo Montenegro.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Devaneios...

Eu queria passear no mundo

num vôo mágico de esperança

encontrar minha auréola perdida

que o vento carregou nem sei pra onde.

Eu queria retocar meus próprios passos

de pés tortos e caminho incerto

buscar ao longe uma ilusão que exista

que vá além do sonho de se refazer.

Ah, como eu queria reviver!...

Emprestar de uma estrela distraída

o brilho que lhe sobra e me cobrir

e quem sabe finalmente nesse dia

em vez de recordar, viver!

Era tudo que eu queria...

Ter a mão da vida em minhas mãos

e poder escrever por linhas tortas

com letras tortas também...

Trazer o céu mais para perto de mim

recostar de leve a cabeça numa nuvem

e sonhar... sonhar... sonhar...

Depois levar meu sonho para o mar

jogar nas ondas e vê-lo flutuar

até que o horizonte o engolisse

ou antes disso eu pudesse realizá-lo.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Vai...

Esconde tudo...

Leva o meu cheiro para casa e esconde-o dentro de uma gaveta...

Não deixes que ninguém saiba que te quero e te desejo...

Não deixes que te falem de mim...

Não oiças o que os outros te dizem, eles não estão no meio de nós, ninguém está no meio de nós...

Só nós é que estamos aqui, a vida que vivemos é a nossa vida e não a que os outros querem que seja...

Vive cada minuto intensamente e no maior segredo...

Faz como aquele poeta que só deixou que as suas palavras fossem lidas depois de morrer, para que ninguém o julgasse ou pudesse apontar-lhe o dedo....

Guarda-me bem...

Perto de ti, sempre perto...

Mesmo que eu não te veja ou tu não me fales, estarei ali, junto de ti, como Vénus sempre atrás da lua quando o dia cai e a noite se levanta...

Silenciosa...

Altiva...

Celeste e discreta...

Deixa-me ficar ai, ai ninguém me vê, estou protegida pela discrição da noite, pelo silêncio dos pássaros que já dormem e não nos podem denunciar...

Serei uma sombra, um suspiro, um sorriso, uma festa no teu cabelo.

E a minha presença, certa e segura junto ao teu coração, vai-te trazer de volta os sons das nossas conversas...

A temperatura das nossas mãos entrelaçadas uma na outra...

O sabor da minha boca na tua...

O meu olhar dentro do teu como se nunca tivesse partido, como se nunca mais precisasses de voltar a essa estúpida rotina que nos rege os dias e as noites, e nunca mais te sentirás uma pessoa normal, igual às outras, porque é agora que podes ser dono da tua vida e do teu coração, é agora que tudo pode acontecer de outra forma e a vida se transformar em algo que sempre sonhaste!

quarta-feira, 2 de junho de 2010

ROSA DE HIROCHIMA

Vinicius de Moraes

Composição: João Apolinário / Gerson Conrradi
 
Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas, oh, não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa, sem nada