quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Tenho que ir...




Tenho que ir...
Seguir meu destino.
Dá de cara com a minha vida...
Me confrontar com minhas dúvidas.

Caminho pelas ruas de volta para casa...
Passo pela praça, e não vejo nada!
Nem pó de poeira...
Nem criança sorrindo...
Nem folha seca, soprada pelo vento... Nada!

Ao lado, o trem passa...
O pássaro, sem graça, se esconde.
As árvores secas com a imagem vazia!
Mostram minha realidade, que nostalgia.

É tempo de unir meus retalhos espalhados no chão.
Espalhados no colchão...
Espalhados nas neblinas...
Espalhados no verão...
Espalhados nas ruas do meu coração, que está alagado!
Com meus sentimentos boiando na contramão,
Pedindo esmolas nas esquinas, e recebendo não!

É tempo de me fazer rir,
Não posso ficar na mesma de sempre...
Querendo o mesmo de sempre!
Se para sempre, um dia acaba!
Pois nem tudo que acreditamos para sempre ser, é eterno!

Quero travessia,
Atravessar a ponte dos desesperados,
Quem passa por essa ponte vê a morte, mas não morre!
Encontra-se com sua vida, com suas feridas...
Todas elas cicatrizadas.

Mente, metade sadia, e a outra metade insana...
Corpo, metade bendito, metade louco varrido...
Saúde, sem cólera, mas não totalmente imune,
Quero ser curada vez em quando...
Pelo veneno bom do “amor”.

Depois da torturante travessia, estar preparada!
Preparada sim!
Para as ventanias e as ressacas do mar da vida.
Não posso viver a pegar aquela flor.
A flor que um dia viva e linda, guardei...
Ela secou no meu diário...
Consigo, guardou...
Todos os segredos que um dia escutou...
Eles foram revelados ao Sol, à Lua e as Estrelas.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

E…O TEMPO NÃO VOLTA

Sinto o tempo curto paraas emoções.
os minutos são para quem quer ser feliz
os segundos são palavras
ao ouvido
ao coração
profundamente na
alma.

Quero um sorriso grande
do tamanho do teu
beijo
demoradamente.
Quero a tua mão
no carinho das estrelas
dançando na pele derretendo
emoções.

Quero dançar, num
vestido colado
num baton vermelho
rodopiando contigo
sentindo o teu beijo na esquina
dum tango, e na valsa do sonho.

Quero, rumores dos regatos
teu corpo em chamas
de mistério e verdade.

Quero a grandeza dos dias
num instante de pérolas, e a memória
de frutos silvestres.
Quero ressuscitar palavras de amor
carinhos escondidos
soltar violinos sonhadores.
Encontrar-te iluminado na mesa das estrelas
e olhar-te como olhei bem,
na emoção dum mundo...

domingo, 19 de setembro de 2010

Generalizando... Ou não?!?!

Ah, as generalizações! Não sei que humorista escreveu isso, mas a frase é boa: “Todas as generalizações são perigosas – inclusive esta.” Implicamos com as generalizações, dizemos que toda regra tem sua exceção (e, se isso é uma regra, então também tem uma exceção?), queremos ser diferentes, não somos farinha do mesmo saco. Basta ver a confusão que pode dar quando se fala de estereótipos do tipo ’todo X é assim’. Não, não é. Eu sou diferente.
E, no entanto, generalizações são necessárias. Imagina, por exemplo, onde a Medicina estaria se os cientistas fincassem pé nas exceções? Medicamentos, diagnósticos, tratamentos, tudo isso existe porque o pessoal pode, em um dado momento e seguindo critérios rigorosos, generalizar. Experimentos, protocolos, testes, gráficos, estudos publicados, voilà, eis a generalização. Até alguém achar um furo na história e começar tudo de novo.

Mas o que eu acho mais divertido é o uso que nós, pobres mortais que não vivemos de gráficos e citações acadêmicas, fazemos disso tudo. Porque (generalizando, claro!) as pessoas costumam escolher generalizar ou não quando convém. Os estudos apontam para os males provocados pelo cigarro, mas fala isso pra um chaminé ambulante e ele vai te contar do avô que fumava cigarro sem filtro e morreu aos 98 anos. Porque caiu da escada. Os médicos podem listar os perigos que a obesidade e o sedentarismo trazem para o cerumano, mas você sempre vai encontrar um gordo pra te convencer de que ele não tem qualquer problema e goza de ótima saúde, e que a avó de 98 anos cozinhava na banha de porco e era super saudável. A lei diz que você não pode beber e dirigir, mas o bebum com a chave do carro na mão vai jurar e tentar te provar que está joínha pra voltar pra casa no volante. Nessas horas, porque convém, a gente quer mais é ser a exceção.

De repente, é só a gente querer e olha aí a generalização, frequentemente baseada em nada mais do que as nossas próprias impressões. Quem lê X é de direita/esquerda e vota em Fulano/Beltrano. Ateus/crentes são assim, homens (ou mulheres) são todos iguais, ah, você é desse jeito porque nasceu com Marte em Escorpião na primeira casa - seja lá o que isso signifique. Sem mais nem menos, passamos a ser do bando, ou queremos colocar todos aqueles diferentes de nós no mesmo balaio.

E o mais interessante é que, em geral, a gente nem percebe que está fazendo isso. O pêndulo pode ir de um lado pra outro, mas teimamos em acreditar que somos esse poço de coerência. O mundo balança de lá pra cá, mas nós não, nós seguimos firmes. Temos aquele monte de certezas, as incongruências estão nos outros. O cerumano é mesmo um bicho muito engraçado. Quer dizer, generalizando, né. Ou não.