terça-feira, 6 de julho de 2010

Carrossel

Encontrei essas versos em um antigo caderno, aqui no meu escritório.
Que momento sublime, estrou transcreveendo-os bebendo vinho e ouvindo Pink floyd...




E não é um carrossel cheio de bichinhos felizes
Como nos diziam que seria em nossa infância
Isso mesmo…
É mais aquele carrossel de um parque decadente
Cheio de espelhos empoeirados
Luzes que falham
E a música surreal
E eis que ele gira na mesma direção
E não te permite voltar atrás
E consertar o momento em que você errou


É sempre em frente…
Mesmo que em frente seja igual ao que ficou para trás


E sempre tem alguém do lado de fora
Assistindo parado
Para quem você deve sorrir e fingir que está tudo bem..


E essa pessoa do lado de fora
Sorri de volta
Mesmo fingindo que não sente falta do tempo
Em que ela podia andar no carrossel


E as duas verdades iguais, porém distantes
Nunca se encontram
Mas, se esgotam tentando se descobrir


Duas verdades igualmente iludidas
Uma atordoada pelo rodopio
E a outra deslumbrada pelo esquecimento de quem já não sai mais do lugar


Aquela que assiste conhece a próxima volta
Aquela que gira, espera pelo fim…
O último sinal
E não sabe ao certo se é este o fim
Ou um novo começo
Rumo ao incerto…


“mais uma volta no carrossel”

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