quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Estrelas...


O problema, se é que havia algum, é que eu já olhara as estrelas antes mesmo que todos os outros fossem capaz de percebê-las. Eu compreendia seus ciclos e suas danças, e o leve piscar com que nos brindavam.

Sempre carreguei esse estranho hábito de olhar para as estrelas antes dos outros. E, certa noite, elas olharam para mim. Vejam bem, logo para mim, que passava assim tão despercebida.

Então me dei conta de que deveria haver um propósito, não isso de propósito maior, nada disso. Me dei conta de que havia um propósito dentro de mim. Havia alguém que eu queria ser, independente de todas as previsões sussurradas às minhas costas.

Não lhes dei mais atenção a partir daquele instante. Observava a dança das estrelas, somente. E já era um tempo em que já era impróprio se olhar assim para estrelas. Mas não me importei. Tornei-me abusivamente teimosa. Fiz meu caminho... Apenas por observar estrelas antes de todos os outros.

Não... Não faz sentido algum. Não precisa fazer.

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